LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA


De acordo com Freitas (2018, p. 10), “No Brasil, durante algum tempo, havia a reprodução das ideias de escritores americanos e/ou franceses, além de algumas poucas ideias procedentes de outros pontos do mundo globalizado, reforçando a ideia da reaplicação de teorias linguísticas de línguas coletivas e coloniais, sem um olhar para o aprimoramento do ensino de língua materna.

Dessas grandes áreas são apresentadas três possibilidades da LA:

  • INTER-disciplinar;
  • TRANS-disciplinar;
  • IN-disciplinar.”

 

A LA indisciplinar, segundo Moita Lopes (2015, p.334), “não se prende a / não se confina a limites disciplinares nem tampouco teóricos, metodológicos ou analíticos. Além disso, constrói como questão de investigação tópicos normalmente desprezados e considerados ilegítimos. Especialmente, interessam questões que focalizem a vida social por meio do estudo da linguagem e práticas de significação que sejam fonte de sofrimento humano. Isso não quer dizer que é o mundo do vale tudo. Ao contrário, é um campo muito bem teorizado e fundamentado metodológica e analiticamente.”

 

Nesse sentido, é possível afirmar que a  Linguística Aplicada IN-disciplinar:


Caracteriza o fazer do pesquisador do campo de investigação em linguística, com o desenvolvimento (ou não) da LA como uma transdisciplinar.


Parte de um discurso que não reflete a posição ideológica do pesquisador, prestigiando as teorias formalistas em que circula o pensamento ideológico de (re)aplicação de métodos de ensino.


É nômade, não se enquadra nos modelos totalizantes e almeja cada vez mais romper com as limitações disciplinares.


Envolve a interação entre conceitos e métodos na busca de soluções para os problemas linguístico-discursivos em práticas de linguagem específicas


Transcende as áreas do conhecimento se dissolvendo em seu objeto de investigação.

Observe o esquema abaixo e responda ao que é solicitado:

 

Fonte: Emanuel & Freitas, 2018, p. 97

 

Segundo Emanuel (2018, p. 97), “Um bom texto deve propor questões, sugerir pensamentos, instigar, levantar dúvidas: ‘mexer’ com o leitor, para que ele se deixe seduzir e enredar nas malhas da fantasia e da imaginação. As amarras de leituras forçadas tiram toda a naturalidade do processo, além de impedir um vínculo positivo com a leitura.”

 

Nesse sentido, podemos estabelecer uma relação entre o esquema e os dizeres da autora; todos para poder desenvolver o gosto pela leitura e, assim, desenvolver competências e habilidades de leitura e escrita para uma vida toda.

 

Por meio de seus estudos e os dizeres anteriores, associe a primeira coluna com a segunda, de acordo com os estudos feitos sobre os “atos de leitura”.

 

(1) Ler espontaneamente

(2) Ler na escola

(3) Ler para conscientizar

(4) Ler o universo on-line

(5) Ler na televisão

(6) Ler com recursos ilustrativos

(7) Ler as imagens

(8) Ler as intenções

(9) Ler com direito e prazer

 

(  ) A leitura, nessa perspectiva, é um direito de todos, que deve ser entendida como um ato de prazer, especialmente na escola.

(  ) Neste ato de leitura são utilizadas estratégias de convencimento por “sedução”, inteligentes, criativas e repletas de recursos, para que se possa atingir, garantir a intenção de vender.

(  ) A leitura, nesta ótica, ativa os conhecimentos prévios, que são as senhas de leitura para a compreensão do seu significado, das intencionalidades do autor, do registro de épocas e tempos em que foram concebidas.

(  ) Para atrair os leitores, escritores e editores, neste ato, utilizam diferentes estratégias e recursos, que são um grande aliado do trabalho docente.

(  ) Aqui, há um excelente recurso para os fins educacionais, pois frente a ela, a criança entra em contato com novos e diferentes conteúdos e encontra estímulos para criar novas relações entre temas já conhecidos, que foram abordados em sala de aula.

( ) Apresenta recursos importantes para auxiliar o processo de transformação do aprendiz, a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção de conhecimentos por meio da tecnologia.

(  ) Nesta perspectiva, o trabalho de leitura desenvolve a sensibilização da consciência, expande a capacidade e interesse de analisar o mundo e, deve ser visto de modo global e complexo. Para tanto, é fundamental ter o conhecimento prévio do assunto a fim de facilitar o uso de estratégias adequadas para a compreensão do texto.

(  ) Neste ato de leitura, a sala de aula é considerada um ambiente alfabetizador e de letramento que deve privilegiar registros de todas as formas de linguagem que vão sendo construídos na medida em que os assuntos são apresentados.

(  ) Já neste ato, o trabalho com linguagens deve levar em consideração as formas próprias de cada sujeito se apropriar da realidade, das releituras que faz e do reconstruir de novas hipóteses sobre os gestos, os sinais e os signos.

 

A opção correta é:


1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
6, 7, 8, 1, 2, 3, 4, 5, 9.
1, 3, 5, 2, 4, 9, 8, 7, 6.
9, 8, 7, 6, 5, 3, 2, 1, 4.
9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1.

Conforme estudado no capítulo 3, é possível afirmar que as atividades que envolvem a leitura e a escrita nos remetem aos usos sociais que delas fazemos. O professor, então, em sua prática pedagógica, não deveria lançar mão da forma lúdica, do repertório sociocultural, das tradições e construção de novos saberes, incorporando, por exemplo, quadrinhas, músicas, poesias, narrativas, imagens, lendas, brincadeiras, cantigas de roda, parlendas, trava-língua que são pesquisadas e trabalhadas no cotidiano. Esse viés possibilita o diálogo com a leitura e a escrita.

 

Nessa perspectiva, segundo Emanuel (2018, p. 91),

 

As crianças, nas atividades lúdicas, recorrem à oralidade, pelo fato de saberem de memória o texto apresentado. As intervenções feitas problematizam a leitura exigindo dos aprendizes a busca por outras estratégias de exploração do texto; dessa forma, há o investimento em proporcionar atividades contextualizadas e significativas sem perder de vista a especificidade da alfabetização e das questões que envolvem a aprendizagem da escrita: percepção das regularidades e a consciência fonológica, explorando as rimas, aliterações, etc, para o trabalho com a alfabetização.

 

Após a leitura do enunciado e de seus estudos a esse respeito, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas e, depois, assinale a alternativa correta.

 

(  ) Na prática pedagógica, a realização de atividades lúdicas que envolvam leitura e escrita nem sempre levam ao desenvolvimento para a constituição sólida de uma vida alfabetizada e letrada.

(  ) Nós, professores de língua materna, construímos possibilidades de intervenção qualificada e planejamos situações pertinentes ao momento e que permitam o desenvolvimento do processo de desenvolvimento da leitura que, por sua vez, é coletivo.

(  ) A criança deve estar imersa num contexto em que práticas sociais de linguagem sejam efetivamente vividas para que o “alfabetizar letrando” aconteça.

(  ) As crianças, nas atividades lúdicas, recorrem à oralidade, pelo fato de saberem de memória o texto apresentado e, com isso, há o desenvolvimento da percepção das regularidades e a consciência fonológica, explorando as rimas, aliterações, etc.

 

A opção correta é:


V, V, F, F.
V, F, V, V.
V, V, V, V.
V, V, V, F.
F, F, F, V.

De acordo com Barbosa; Amaral (2014, p. 2)

 

“Quando se trabalha com a noção de gêneros textuais, é possível abordar diferentes aspectos e usos da língua, pois os gêneros textuais são formas verbais escritas e orais resultantes de enunciados produzidos em sociedade, são textos encontrados na vida diária, dotados de padrões característicos, em termos sociais e comunicativos, definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas.”

 

Partindo dessa ideia e do conteúdo estudado por você, avalie as afirmativas que seguem.

 

I. A aula é um dos gêneros pelos quais se materializa o discurso didático.

II. Os gêneros são infinitos, pois eles atendem às necessidades da sociedade.

III. Os textos, quando inseridos nesse contexto, assumem sua real função nas práticas linguísticas dos alunos, principalmente, no desenvolvimento de competências e habilidades de leitura e de produção escrita

IV. A classificação gramatical tradicional não deve ser abolida nas aulas de Língua Portuguesa porque, por mais que exerçam papéis importantes na constituição de um texto, em sua organização, querem dizer muito mais.

 

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) presente(s) em:


Em II e IV.
Em I, II, III e IV.
Em I e IV.
Apenas em I.
Em II e III.

Leia os textos a seguir e responda ao que é solicitado.

 

“Muitas pessoas acreditam que só saber gramática seja o suficiente para ler, escrever e falar bem. Esta visão simplória pode carregar um grande equívoco, pois gramática não equivale à língua; mobilizar os elementos linguísticos da gramática, ao construir um texto, requer muito além do que a mera classificação dos termos que constituem uma oração.” (FREITAS, 2018, p. 141).

 

Ainda,

 

“O ensino de língua materna na sala de aula, mais especificamente o ensino de gramática, tem sido foco de muitas discussões no sentido de estabelecer novas bases teóricas e práticas, visto que tal ensino encontra-se distante da realidade de seus aprendentes, não fazendo nenhum sentido para eles.

É importante que o professor considere que o ensino da língua não se restringe a determinação do certo e do errado, mas a reflexão sobre a adequação da linguagem a determinados contextos e de ser capaz de produzir efeitos pretendidos.”

(NEVES, 2019, disponível em: Acesso em fev. 2019).

 

 

Nessa perspectiva, é possível afirmar que aprender gramática não é o suficiente, pois é necessário que haja a interação entre os interlocutores para que a materialização das regras gramaticais aconteça e que, de certa forma, os usuários da língua desenvolvam a competência linguística necessária em qualquer contexto.

 

Assim, segundo Antunes (2007), para que isso aconteça, é necessário que o produtor textual tenha...

 

Assinale a alternativa correta que complementa a ideia trazia pelo autor e apresentado por Freitas (2018).


O conhecimento somente de mundo, o conhecimento das regras gramaticais e o conhecimento da norma culta da língua.
O conhecimento do real ou do mundo, o conhecimento das normas de textualização e o conhecimento das normas sociais de uso da língua.
O conhecimento das competências linguísticas de ler e escrever, o conhecimento das regras gramaticais e o conhecimento das variedades linguísticas.
O conhecimento das normas sociais de uso da língua, o conhecimento das normas de textualização e o conhecimento do real e das normas gramaticais.
O conhecimento do real ou do mundo, o conhecimento das normas de textualização e o conhecimento das normas gramaticais que regem o ensino de língua portuguesa na perspectiva tradicional.

Leia o excerto a seguir para responder à questão.

 

Para Bauman (2005), a idéia de “identidade” tem uma estreita ligação com a ideia de “pertencimento”, pois podemos viver em “comunidades” de vida e de destino. Na primeira, vivemos juntos numa ligação absoluta; na segunda, fundidos unicamente por ideias, por interesses ou por uma variedade de princípios. No entanto, tornamo-nos conscientes de que a “identidade” não tem a solidez de uma rocha, ou seja, ela não é garantida para toda a vida. (BRENNEISEN; TARINI, 2008, p. 83)

 

Partindo desses pressupostos, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

 

 

I. A identidade, seja a linguística ou a social, forma-se a partir do contexto em que se inserem o discurso e os interlocutores

 

Porque

 

II. O falante só se apresenta como real a partir do momento em que se constitui como ser social.

 

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
As asserções I e II são proposições falsas.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

Na segunda virada linguística a LA abandona a restrição de operar somente com a investigação em contextos de ensino e de aprendizagem, configurando-se como instrumento de construção dos saberes e da vida social e dialogando com outras áreas do conhecimento.

 

Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I - ao compreender a linguagem como constitutiva da vida institucional, a LA passa a ser formulada como uma área centrada na resolução de problemas da prática de uso da linguagem dentro e fora da sala de aula

 

PORQUE

 

II. a linguagem é inerente ao ser humano e, por isso, deve ser interpretada e analisada a partir das situações de comunicação e, assim, buscar resolver os problemas de uso.

 

 

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
As asserções I e II são proposições falsas.

De acordo com Freitas (2018, p. xx), “No Brasil, durante algum tempo, havia a reprodução das ideias de escritores americanos e/ou franceses, além de algumas poucas ideias procedentes de outros pontos do mundo globalizado, reforçando a ideia da reaplicação de teorias linguísticas de línguas coletivas e coloniais, sem um olhar para o aprimoramento do ensino de língua materna.

Dessas grandes áreas são apresentadas três possibilidades da LA:

INTER-disciplinar; TRANS-disciplinar; IN-disciplinar.”

 

A LA indisciplinar, segundo Moita Lopes (2015, p.334), “não se prende a / não se confina a limites disciplinares nem tampouco teóricos, metodológicos ou analíticos. Além disso, constrói como questão de investigação tópicos normalmente desprezados e considerados ilegítimos. Especialmente, interessam questões que focalizem a vida social por meio do estudo da linguagem e práticas de significação que sejam fonte de sofrimento humano. Isso não quer dizer que é o mundo do vale tudo. Ao contrário, é um campo muito bem teorizado e fundamentado metodológica e analiticamente.”

 

Nesse sentido, é possível afirmar que a  Linguística Aplicada IN-disciplinar:


Transcende as áreas do conhecimento se dissolvendo em seu objeto de investigação.
Envolve a interação entre conceitos e métodos na busca de soluções para os problemas linguístico-discursivos em práticas de linguagem específicas
Parte de um discurso que não reflete a posição ideológica do pesquisador, prestigiando as teorias formalistas em que circula o pensamento ideológico de (re)aplicação de métodos de ensino.
É nômade, não se enquadra nos modelos totalizantes e almeja cada vez mais romper com as limitações disciplinares.
Caracteriza o fazer do pesquisador do campo de investigação em linguística, com o desenvolvimento (ou não) da LA como uma transdisciplinar.

Como sabemos, a Linguística Aplicada é uma teoria basilar, pois ela identifica uma questão de uso da linguagem, busca subsídios teóricos em áreas e estudos relevantes para chegar a uma análise da questão-problema na prática e, assim, reflete no uso do conhecimento linguístico dos falantes usuários da língua.

 

Partindo dessa ideia, observe os exemplos a seguir e responda ao que é solicitado.

 

a) “Chega suado e veloz do batente.”

A preposição do relaciona as palavras chega e batente, indicando uma ideia de procedência.

 

b) “Tanta corrente de ouro, seu moço.”

A preposição de relaciona as palavras corrente e ouro, explicitando a matéria da qual é feita a corrente.

 

De acordo com a gramática normativa, os termos em destaques são classificados como preposições, ou seja, é o termo que liga duas dois elementos em uma frase, estabelecendo uma relação entre eles.

 

Entretanto, como podemos analisar, por mais que as duas orações utilizem o mesmo elemento de ligação, eles foram utilizados com sentidos diferentes, isto é, em cada contexto, o interlocutor quis indicar um sentido diferente dentre as possibilidades alternativas de uso.

 

Um professor de Língua Portuguesa, que busca um ensino de língua materna reflexivo, voltado para o uso social da língua, baseado, também, na ciência da Linguística Aplicada, ao ensinar o conteúdo “Preposições” deveria levar seus alunos a:

 

I. discutir com os alunos os sentidos das preposições e as diferenças dentre as possibilidades de usos desses termos na produção oral e escrita, verificando em que situação(ções) cada sequência pode ser usada.

II. fazer um levantamento das preposições e locuções prepositivas que indicam localização / situação, situações que se assemelham aos exemplos.

III. refletir sobre as leis e o funcionamento das estruturas que já conhecem e já usam, porém de forma contextualizada, discursiva.

IV. levar em consideração, também, os conhecimentos de mundo, conhecimento prévio, as vivências, interpretações e o(s) ponto(s) de vista sobre o tema abordado.

 

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) presente(s) em:


Em II e IV.
Apenas em I.
Em II e III.
Em I e IV.
Em I, II, III e IV.
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